O GAFOZ comemora 50 anos

O Grupo dos Amigos da Foz do Cobrão – GAFOZ – foi fundado há 50 anos em Lisboa, quando as Casas Regionais nasciam como cogumelos na capital por estarmos no início da desertificação do Interior fruto da debandada da juventude que tinha horizontes que só os grandes centros urbanos lhes podiam proporcionar. Aliás, era também consequência do centralismo burocrático da Ditadura que assolava o País. Tudo girava à volta das grandes urbes.
Um pormenor: Nos anos 40 do século passado a Escola Primária da Foz tinha 60 alunos da 1ª à 4ª classe… com apenas uma Professora! A Escola fechou portas há cerca de 40 anos!
Outro pormenor: Desde a fundação da Associação, portanto há 50 anos, Foz do Cobrão perdeu entre 100 e 150 habitantes!
Evidentemente, a criação destas instituições na capital também tinha como base o facto de não haver autarquias que ouvissem as populações como as de hoje que representam a meu ver o melhor do 25 de Abril!
Chegou à nossa Redação o Boletim Informativo do GAFOZ onde se destaca exatamente a passagem do 50º aniversário dos “Amigos da Foz” cujas comemorações se prolongarão por todo o ano até à sessão solene no próprio dia da fundação: 9 de 0utubro. A publicação ilustra através de fotos melhoramentos que não seriam possíveis sem o suporte da associação que no início dos anos 90 do século passado transferiu a sede social para a terra-mãe. Alguns exemplos: Sede Social; Centro de Dia; aquisição da Casa do Penedo Amarelo, com 10 assoalhadas, que se destinava a Lar para Idosos cuja candidatura foi recusada pela Segurança Social, e que está à venda, aliás; Restaurante Vale Mourão e Ponte sobre o Ocreza que ficou a dever-se a um exaustivo e prolongado processo reivindicativo, com vários protagonistas, destacando-se o principal na pessoa do senhor Francisco Cargaleiro que, como a maioria dos fundadores da coletividade, infelizmente, não podemos contar entre os vivos. Para a criação do GRUPO, o senhor Cargaleiro, pai do famoso pintor Manuel Cargaleiro, liderou também o movimento agregador de oriundos da região para formação de associação regionalista… em boa hora!
Mesmo com a sede na Grande Lisboa, onde residia a maioria dos naturais da Foz, a Páscoa e o Natal comemoravam-se na terra-mãe, para em família degustar as famosas sopas de boda ou filhós. Aliás, pela Páscoa o GAFOZ promoveu excursões com três autocarros de 50 lugares cujos excursionistas se juntavam aos mais “abastados” que faziam a viagem em viatura própria.
Hoje a tradição mantem-se em encontros/convívios com novas gerações, felizmente! É por isso que costumamos dizer que a Foz se transforma pela Páscoa… e fica cheia em encontros de gerações. Este ano não fugiu à regra.

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