I
Entre o Cerro e o Ribeiro
Cresceste Foz do Cobrão
Tens alicerce de pedra
E humano o coração.
II
Num extremo tens a capela
Com a Senhora da Conceição
No outro o campo santo
E aqueles que já lá estão.
III
Teu Ribeirinho Cobrão
De água tão clara e pura
Rega as hortas lava a roupa
E exala doce frescura.
IV
O belo Penedo dos Cágados
Que no ribeiro se quedou
Imponente e majestoso
Por ti se enamorou.
V
Ocreza entra orgulhoso
Nas Portas do Almourão
Corre rápido, ansioso
P’ra receber teu Cobrão.
VI
E ali na outra banda
Tens o Fernando Sobral
Que sempre foi e será
Teu irmão muito leal.
VII
Em ti colheu instrução
Que é bem tão precioso
O pior era o inverno
E o rio tão caudaloso.
VIII
Nesse tempo era barca
Que permitia a passagem
E que alívio, Santo Deus!
Ao chegar à outra margem.
IX
Depois fizeram a ponte
Foi uma grande alegria
E a mudança que trouxe
No labor do dia-a-dia.
X
Já se passava o rio
A qualquer hora, o dia inteiro
Sem esperar pela barca
Sem chamar pelo barqueiro.
XI
E era tanto o movimento
Para um e outro lado!
Vai-se às compras num repente
Vai-se à horta com agrado.
XII
Agora dizes estar velha
Não acho que tenhas razão
Tu serás para todo o sempre
A bela Foz do Cobrão.
XIII
Olha os filhos que nasceram
Em ti, aldeia mimosa
Pelo muito que fizeram
Deves estar orgulhosa.
XIV
Há cinquenta anos atrás
Que fundaram o GAFOZ
E a importância que teve
Na vida de todos nós!
XV
Os passos que eles deram
Para que a ponte se fizesse!
São coisas de muito valor
Que a memória não esquece.
XVI
Aquele Centro de Dia
Que foi casa do professor
Agora acolhe e cuida
Os mais velhos com amor.
XVII
E a Casa do Penedo
Que dá gosto de olhar
Repara bem nos eventos
Que ali podem realizar.
XVIII
A festa da padroeira
Que momento de alegria!
Quando se ouve cantar
A famosa “Avé Maria”!
XIX
Tens saudades dos garotos
Com brincadeiras pelas ruas.
Mas isso, querida Foz,
Não são saudades só tuas!
XX
Olha o que tens de bom
Tens muito para olhar
Vou-me ficar por aqui
Já vai longo o versejar.
“MAREDES”